quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Superpopulação: As Consequências


Primeiramente queiram me desculpar pelo demora de novas publicações... mas não fiquei parado todo esse tempo, inclusive neste blog. Ainda este mês lhes entrego mais duas postagens que estão a ponto de sair do forno.


Esta talvez seja a pior verdade inconveniente das que me comprometo a escrever a respeito aqui. Uma ameaça que, embora já tenhamos nos certificado de que existe e é potencialmente devastadora, temos dificuldade em aceitar:

A espécie humana... é uma merda.


É perfeitamente possível entender a dificuldade em assumir o fato de que todos pertencemos à ÚNICA espécie totalmente inútil e sem função ecológica no planeta, mas nos esquecemos – convenientemente – de que fomos nós mesmos que optamos por trilhar este caminho. 


E por que isso acontece? Por que, em nossa pretensa racionalidade, fugimos dos processos naturais que moldam todos os seres vivos. Não vivemos mais como seres naturais, construímos ambientes totalmente artificiais à nossa volta e abandonamos o nomadismo, que permitia que o ambiente se recuperasse após nossa partida. O Homo sapiens se transformou, numa denominação livre, no Homo sedentarius, cuja principal característica não é mais migrar atrás de alimento, mas fazer o alimento migrar até ele. Mas principalmente, o grande fator é o descontrole reprodutivo de nossa própria espécie: Chegamos ao nosso primeiro bilhão em 1804; dobramos de tamanho pouco mais de 120 anos depois, em 1927 e não demoramos nem 70 anos para nos triplicarmos até os atuais 6 bilhões de seres humanos, em 1999. E agora, em 2011, chegaremos aos 7 bilhões de pessoas. Por mais que façamos uso sustentável do solo, da água e de demais recursos, simplesmente não dá pra prover qualidade de vida para tanta gente assim.

Este mapa-mundi se baseia na população humana de cada país ao invés de sua massa de terra. Índia
e China ocupam quase a metade do mundo. Em contrapartida, outros países colossais como Rússia, Canadá e Austrália simplesmente sumiram.

Aqui no Brasil nascem 3 milhões de crianças por ano – das quais 700 mil não registram o pai. São, literalmente, “filhos da mãe”. O impacto da falta de um pai reflete diretamente em outro dado: nada menos que 80% dos jovens infratores deste país não tem o registro do pai na certidão de nascimento, de acordo com pesquisa da cineasta Susanna Lira. Aliás, criminalidade e falta de planejamento familiar não apenas andam de mãos dadas como estão bem agarradinhas, quase fazendo sexo. Mas isto é assunto para uma próxima postagem, podem me cobrar.




Mas vamos em frente. Em virtude do tamanho de nossa população, deixamos de ter qualquer função biológica e nos transformamos num causador infinito de problemas gigantes para todas as outras formas de vida.

Explico: pela primeira vez na história da vida na Terra, é uma espécie, e não um evento geológico/climático/cósmico, que está provocando um evento de extinção em massa – o 6º, para ser mais específico, e conhecido como a extinção do Holoceno (período em que o homem se tornou dominante). Embora esteja ocorrendo a relativamente pouco tempo (aproximadamente 10 mil anos, desde que passamos a nos organizar em comunidades), ela é muito mais acelerada do que todas as anteriores. Enquanto aquelas iniciavam-se de forma suave e duravam alguns milhões de anos (dando tempo às espécies mais capazes de se adaptar e evoluir, garantindo a evolução da vida no planeta), a atual corre num ritmo alucinante (100 vezes mais rápida do que no período anterior ao seu início) num período extremamente curto de tempo. A lista de animais comprovadamente extintos pela ação humana, seja direta ou indireta, já está ficando maior e mais desconhecida do que somos capazes de catalogar (e lamentar). Vamos a alguns números:

Hoje é 4ª feira, dia 23 de fevereiro de 2011, e estou escrevendo isso às 11:15h. Só hoje o mundo já ficou pobre em 35 espécies de seres vivos; o acumulado da semana é de espantosas 265 formas de vida extintas; só neste mês, aniquilamos inacreditáveis 1664 espécies! E apenas neste ano, que nem fechou 1 trimestre ainda, já sumimos com 3.956 espécies...


Se você não se importa com nada disso e é daqueles que pensam “fodam-se os bichos e a natureza”, permita-me, muito educadamente, mandá-lo para a puta que o pariu por sua ignorância! Depois deixe-me apresentar-lhe outros números que mexem mais diretamente com sua bunda instalada num altar de ouro:

  • 43 pessoas já nasceram e 19 morreram no mundo todo, aumentando a população do planeta em 24 indivíduos. Só Índia e China juntas foram responsáveis por  14 nascimentos (04 na China e DEZ na Índia). NOTA: das 19 mortes da estatística acima, 05 ocorreram por doenças cardiovasculares, 02 por câncer, 01 por AIDS, 01 por diarreia, 01 por complicações respiratórias (olha o cigarro aí geeeente), 01 por problemas no aparelho digestivo, 01 por infecções respiratórias e 01 no parto. Imaginou que nossos maiores assassinos seriam guerras, violência, fome e trânsito, certo? Ah, esqueci de dizer que neste mesmo tempo já ocorreram 13 abortos.
  • Apenas 01 pessoa contraiu AIDS no mundo todo, mas outras 03 o fizeram com sífilis, 12 com gonorréia e nada menos que 77 se infectaram com malária!
  • 04 hectares de florestas foram destruídos, 02 se desertificaram e apenas 02 foram replantados.
  • Foram extraídos 890.440m³ de gás natural e 10.130 barris de óleo cru e, com estes, 9.445 de petróleo refinado, 147 barris de etanol e outros 2487 de gasolina, além de 573 de querosene de avião foram produzidos.
  • 9.516 toneladas de CO2 foram despejadas na atmosfera.
  • Com relação à energia, em KW/h, 919.342 acabaram de ser produzidos via hidrelétricas, 832.480 por usinas nucleares, apenas 117.295 por fontes renováveis e lamentáveis 3.631.400 por termelétricas (e dá-lhe carvão).
  • 13 carros e 34 bicicletas foram fabricadas;
  • Incríveis 1.677.631 spams foram enviados. O número ultrapassa facilmente a casa do TRILHÃO em uns 03 meses;
  • 16.271 frangos, 832 patos, 363 coelhos, 200 perus, 197 gansos, 125 cabras, 92 bois, 8 búfalos e 2 cavalos foram abatidos para consumo humano.

E sabe em quanto tempo isso tudo aconteceu? Você pode até duvidar e não acreditar, mas apenas e tão somente no tempo em que você vai ler este parágrafo de cor laranja: 10 segundos...

É claro que estas são todas medidas estatísticas, tomadas em sua maioria a partir de sites governamentais oficiais, mas os números se aproximam bastante da realidade.

Para ver estes e outros interessantes números, acesse o Relógio Mundial. 
Agora, se nenhum destes números o apavoraram...

Para não ficar concentrado apenas no texto – e também porque eu sei que vocês adoram um videozinho do YouTubedê uma olhada neste documentário do National Geographic Channel a respeito do assunto:


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